O presidente Jair Bolsonaro testou positivo para covid-19

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) testou positivo para o novo coronavírus. O resultado foi divulgado, no início da tarde desta terça-feira (7), por ele mesmo, durante entrevista no Palácio da Alvorada, em Brasília. Ele fez o exame em um hospital da capital federal, na última segunda-feira (6), após apresentar sintomas da Covid-19. Por causa da suspeita, as agendas do chefe do Palácio do Planalto haviam sido canceladas. Por ter 65 anos, ele faz parte do grupo de risco da doença.

O presidente disse, em entrevista, que os sintomas começaram no domingo (5) com uma indisposição e se agravaram na segunda-feira, com mal-estar, cansaço, pouco de dor muscular e febre, que chegou a 38ºC, o que fez com que ele realizasse os exames para detectar o vírus, mas ponderou que, nesta terça-feira, está se sentindo melhor. “Estou tomando as medidas protocolares para evitar contaminar a terceiros, e isso cabe a todo e a qualquer cidadão brasileiro, independentemente de ser presidente da República”, disse Bolsonaro.

Mesmo dizendo que estava tomando todas as precauções para contaminar terceiros, o presidente concedeu entrevista presencial, no qual estavam presentes pelo menos três repórteres. Ao final da coletiva de imprensa, ele ainda se afastou dos profissionais de imprensa para retirar a máscara de proteção e mostrar que “estava bem”.

Em sua fala, Bolsonaro continuou minimizando o novo coronavírus mesmo que o país tenha registrado, até as 8h desta terça-feira (7), 65.631 mortes pela doença. O levantamento foi feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. O chefe do Palácio do Planalto ainda insistiu na tese de que é preciso tomar cuidado, principalmente com idosos, mas não criar pânico quando os mais jovens e saudáveis se infectarem com o vírus.

Medicação

Ele lembrou ainda que fez uso de medicamentos, como hidroxicloroquina e azitromicina, mesmo que nenhum estudo tenha demonstrado que haja resultados efetivos com essas medicações para o combate à doença. O próprio presidente admitiu isso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) até mesmo anunciou, em 17 de junho, que decidiu interromper os experimentos com hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19.

“Eu, por exemplo, tive um mal-estar, um pouco de cansaço, febre, que poderiam ser por outros motivos quaisquer, um pouco de dor muscular, e confesso que, se tivesse tomado a hidroxicloroquina, eu estaria bem, seria uma forma preventiva apenas e estaria muito bem sem esboçar qualquer reação. E assim é com a maioria da população. Alguns poucos por questão da idade, de comorbidade, sentem bastante e podem, inclusive, levar a óbito”, afirmou.

Bolsonaro contou que não foi pego de surpresa com o resultado e até pensava que já tinha contraído o vírus por conta da forte atividade, mas não demonstrado sintomas. Ainda segundo o presidente, ele vai despachar por videoconferência e cancelou as atividades presenciais dessa semana, como ida para Bahia, onde iria inaugurar obras, e para Paracatu, na região do Triângulo mineiro.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro; a filha do presidente, Laura; e a enteada, Letícia, também fizeram exames, assim como funcionários do Palácio da Alvorada. Ministros que estiveram com o presidente nos últimos dias também se submeteram aos testes.

Entrevista com o presidente Jair Bolsonaro