Por William Robson
Desde que o petróleo entrou em processo de escassez a ponto da Petrobras limpar as gavetas e preparar a sua saída, que Mossoró enfrentar o desafio de gerar empregos. Antes em abundância e tido por muitos como infinito, o fim chegou sem que administrações anteriores pensassem no legado deixado à cidade pós-petróleo. Gestões passadas não pensaram no potencial econômico de Mossoró para o cenário que mudou e agora está bem claro.
Sugestões emergem o tempo todo, poucas seguiram adiante. Porém, há discussões pertinentes e conectadas com os novos tempos. Afinal, Mossoró, entre as médias cidades, se projeta para ideias inovadoras que se espraia pelo país. E a discussão orbita nas pequenas empresas de tecnologia com amplo potencial de crescimento e de oferta de empregos, as chamadas startups.
Estas empresas começam a partir de ideias de jovens que empreendem utilizando os recursos hipermidiáticos, oferecendo serviços remotos ou via aplicativos. Sem perceber, estamos envolvidos com esta tecnologia no dia-a-dia. Basta lembrar da UBer, Ifood, Spotify, aplicativos que nasceram como startups e, logo em seguida, receberam injeção financeira de investidores crentes no sucesso da ideia.
Mas, você pode pensar: não, isso não dá certo em Mossoró. Ledo engano, cara pálida! Mossoró tem o ferramental necessário para a implantação e estímulos para este setor. E o emprego pode vir das ideias inovadoras, do conhecimento de informática de jovens antenados com as demandas da sociedade e que aguardam ser encorajados. ]
A estrutura universitária de Mossoró já dialoga com tais iniciativas. Tanto a Universidade do Estado do RN (UERN), quanto a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) mantém cursos de graduação e pós-graduação na área de sistemas, de computação, de ciência e tecnologia. Ou seja, há universo favorável instigador de mão-de-obra e de cérebros prontos para criar.
Como o da equipe formada por professores e alunos dos Campi da Ufersa de Mossoró e Angicos, que desenvolveu, em 2018, o aplicativo Android batizado de “QWater” para interpretar relatórios de qualidade de água para fins de irrigação. O aplicativo estima os riscos de salinidade, a toxidez de iônica, riscos de obstruções de gotejadores na irrigação localizada e problema com infiltração de água no solo.
Portanto, este ambiente pensa em “soluções”, termo utilizados na Tecnologia da Informação para pensar em projetos e definir objetivos na oferta de serviços. Tais soluções podem vir de aplicativos, sites ou empresas-júniores nativas na internet.
Reportagem publicada no Mossoró Hoje em 2019, sobre a empresa, informou que a ideia particu de três empreendedores: Thales Patreze, Luan Rodrigues e André Ramon, que tinham uma intenção: “Nossa missão é revolucionar a forma de fazer no delivery no Brasil, gerando renda e fomentando negócios” , diz o lema da empresa.
Além deste exemplo, há startups que atuam no setor de contabilidade, produção de aplicativos para empresas, softwares de segurança… Tudo em Mossoró. E diante de tanto potencial tecnológico, há o risco de empresas, como a Bee, serem cooptadas por incentivos vindo de outros Estados. Para isso, o tema já chegou à Câmara Municipal e ao Palácio da Resistência.
Quem encabeça a proposta de fortalecer as startups interessadas em atuar com base em Mossoró, é o vereador Lawrence Amorim, também presidente da Câmara. Ele apresentou, na sessão da quarta-feira (5), Projeto de Lei que oferece incentivos fiscais para as startups, com isenção de IPTU e ISS. “Estas empresas geram muitos empregos diretos e indiretos na cidade e precisamos encontrar mecanismos para que elas continuem em Mossoró”, afirmou. Tal projeto segue para análise nas Comissões Temáticas da Câmara e deve ser votado em breve no plenário da Casa.
Por outro lado, o vereador conduziu grupo de empreendedores para audiência com o prefeito Allyson Bezerra. Entre eles, estava o representante da Bee. André Ramon, da Bee Delivery, a startup que 140 empregos diretos na cidade. “As startups são empresas de tecnologia e podemos trabalhar em qualquer local do Brasil. Muitos municípios já estão tendo essa visão de oferecer incentivos fiscais, mas queremos continuar em Mossoró e por isso estamos buscando apoio do município”, afirmou.
Allyson, por sua vez, disse as questões levantadas são de interesse do projeto econômico e de desenvolvimento do Município. Comprometeu-se a implementar políticas para estas empresas. “Vamos estudar essa questão. Temos sim interesse, pois estas empresas trazem desenvolvimento tecnológico e geram emprego nos locais onde atuam”, garantiu. Ou seja, há uma riqueza de emana em Mossoró e que, ao contrário do petróleo, não tem fim: o conhecimento.